Quantcast
Channel: Novo na Rede » História
Viewing all articles
Browse latest Browse all 2

Os Jogos Olímpicos na Antiguidade (Parte 2)

$
0
0

Os Jogos Olímpicos na Antiguidade (Parte 2)

Como já foi referido no artigo anterior, os Jogos Olímpicos eram os mais importantes dos Jogos Pan-helénicos e as modalidades referidas a seguir não eram exclusivas de Olímpia, mas também se praticavam em Delfos por altura dos Jogos Píticos, em Corinto nos Jogos Ístmicos e em Nemeia nos Jogos Nemeus.

 

Drómos ou a Corrida a Pé

As modalidades de corrida a pé estavam assim divididas:

Stádion ou corrida simples: era a corrida de velocidade por excelência, o atleta percorria uma única vez a pista do estádio, que media 192 m.

Díaulos ou corrida dupla: O atleta percorria duas vezes a pista do estádio, num total de 384 m.

Dólikhos ou corrida de fundo: nessa corrida, o percurso variava de 7 a 24 estádios, podendo o atleta percorrer mais de 4 km.

Hoplitodromía ou corrida com armas: Nesta corrida eram percorridos dois ou quatro estádios. A prova era disputada por atletas armados com hopla, ou seja, vestidos com o armamento de infantaria pesada dos hoplitas. Este equipamento era composto por um escudo, capacete e perneiras.

Lampadedromía ou corrida com tocha: Esta modalidade não estava incluída nas provas oficiais dos Jogos, mas era uma competição muito famosa, sobretudo nas Festas dedicadas à deusa Atena. Era uma prova de corrida com revezamento e disputada por cinco grupos de quarenta cidadãos. O objectivo era percorrer mil metros com uma tocha acesa na mão. O atleta corria uma distância de vinte e cinco metros e passava-a ao companheiro seguinte. A tocha mudava de mãos quarenta vezes e ganhava o grupo que chegasse ao altar de Atena em primeiro lugar e com ela acesa.

Em todos os tipos de corrida, os atletas eram distribuídos por categorias conforme a sua idade. Na corrida de fundo e na corrida com armas só participavam homens adultos. Os participantes competiam nas provas de corrida (com excepção da hoplitodromia) completamente nus, com o corpo untado a óleo. O treino era orientado e os atletas faziam-no em pistas de areia para fortalecer os músculos.

Nas competições eram alinhados 5 ou 6 atletas, no máximo. Se houvesse um grande número de corredores, eram criadas séries de 5 por sorteio. Depois, os vencedores de cada uma dessas séries competiam entre si, até se apurar o vencedor.

 

Lançamento do Disco (dískos) e do Dardo (ákon)

O lançamento do disco é uma modalidade muito antiga, relatada em lendas muito anteriores aos Jogos propriamente ditos. Nas competições, o peso do disco variava conforme a categoria e as categorias eram apuradas conforme a força e o peso dos atletas. Os discos mais antigos eram feitos de pedra e posteriormente passam a ser de metal; pesavam em média 5kg e mediam 21 cm de diâmetro. Para torná-los mais aderentes às mãos os atletas podiam ornamentá-los com círculos ou figuras. O atleta lançava o disco de um local demarcado e o local da queda do disco era assinalado com uma estaca. Vencia o atleta que conseguisse o lançamento mais longo.

O dardo era uma arma usada nas caçadas e na guerra; media aproximadamente 1,70 m e era da grossura de um dedo, no entanto, as usadas nas práticas desportivas e nas competições dos Jogos Sagrados não tinha ponta, a fim de se evitarem acidentes. Algumas pinturas em vasos mostram que o dardo também podia ser usado numa espécie de “tiro ao alvo”: os atletas atiravam-no para um círculo, a uma certa distância, e o que conseguisse fazer o dardo cair mais perto do centro, ganhava o jogo.

 

Luta (pále) e Pugilato (pýgme)

Na luta, o objectivo do atleta era levar o adversário a tocar com os dois ombros, simultaneamente, no chão. Esta prática proibia pontapear ou socar o adversário e os atletas lutavam com as mãos abertas. O combate desenrolava-se em duas fases: primeiro os atletas lutavam em pé tentando derrubar o adversário dentro das regras do jogo; de seguida lutavam no chão, tentando que o corpo do adversário ficasse de costas até ter os dois ombros assentes no chão. Esta competição era fiscalizada por árbitros que usavam um bastão. Como esta pratica exigia um grande vigor físico, muito fôlego e um peso adequado; os atletas faziam uma alimentação em quantidade e qualidade a fim de adquirir as características ideais para a prática da modalidade. Nos exercícios de treino carregavam sacos de areia, puxavam arados, torciam ferro e domavam bezerros com a finalidade de aumentar a musculatura.

A luta era considerada um dos exercícios mais perfeitos para o correcto desenvolvimento do corpo. O lutador mais famoso de que falam os registos foi Milos de Crotona, que venceu 6 vezes em Delfos e 6 vezes em Olímpia.

O pugilato é uma prática muito antiga e encontra-se representado na arte cretense e na Ilíada. Conta a lenda que esta prática foi criada por Teseu, herói ateniense que matou o Minotauro, na ilha de Creta. No pugilato lutava-se com os punhos e os movimentos eram muito idênticos aos do boxe: os atletas protegiam as mãos com faixas de pele de boi. Estas faixas mediam cerca de dois metros e chamavam-se cesto; eram enroladas nas mãos o mais apertadas possível, e, por vezes, reforçadas com pequenas bolas de metal ou pregos.

Nos treinos do pugilato, os atletas socavam um saco feito de pele de boi. Nas representações artísticas em vasos, estes atletas aparecem sempre em bicos de pés o que faz supor que saltitavam durante a luta. A luta corpo a corpo era proibida e nenhum soco podia ser desferido com a intenção de matar. A luta só terminava quando um dos atletas já não tinha condições de lutar ou quando levantasse o braço, dando-se por vencido.

 

Outras Modalidades

Na prova de salto em comprimento (pédema), os atletas impulsionavam o corpo com a ajuda de halteres, cujo peso variava de um a cinco quilos. Há registos de saltos múltiplos com 17 metros de comprimento. Fora dos Jogos, os gregos praticavam estes saltos com a ajuda de varas e trampolins.

No pentatlo (péntatlhon) eram disputadas cinco modalidades: salto em comprimento, lançamento do dardo, lançamento do disco, uma das cinco modalidades de corrida e luta. Os atletas eram eliminados progressivamente e só participavam na luta final os dois concorrentes que tivessem alcançado as melhores classificações no conjunto das provas anteriores.

A corrida de carros era a mais aristocrática de todas as provas dos jogos. Só os atletas provenientes de famílias ricas podiam criar, alimentar e manter cavalos, assim como adquirir carros e cuidar da sua manutenção. Estas corridas podiam realizar-se com dois ou quatro cavalos, consoante se usasse bigas ou quadrigas. Os atletas precisavam de muita perícia para conduzir estes carros nas pistas irregulares da época.

O hipismo era uma modalidade de menor prestígio. Em Olímpia, esta prova só foi introduzida nos Jogos em 648 a.C.. Aqui era a perícia do cavaleiro que era avaliada: os atletas tinham que manejar a lança montados, montar sem estribos e carregar uma tocha acesa. Também era importante para a avaliação da prova a idade do cavalo que era dividida em cavalos com três anos e cavalos com mais de três anos.

Imagem: hypescience

Este é um artigo do blog Novo na Rede! Visite o blog e deixe seu comentário: Os Jogos Olímpicos na Antiguidade (Parte 2) Participe!


Viewing all articles
Browse latest Browse all 2

Latest Images

Trending Articles





Latest Images